
John Ronald Reuel Tolkien, mais conhecido como J. R. R. Tolkien, nasceu em 3 de janeiro de 1892, em Bloemfontein, na então Colônia do Estado Livre de Orange, no atual território da África do Sul, que na época estava sob forte influência britânica. Filho de Arthur Reuel Tolkien, gerente de banco, e Mabel Suffield, mudou-se com a mãe e o irmão para a Inglaterra em 1895, após a morte do pai. Em 1904, perdeu também a mãe, ficando sob a tutela de um padre católico, o que moldou sua formação moral e espiritual. Desde cedo, demonstrou grande talento para línguas, inventando idiomas e absorvendo influências da literatura medieval e da mitologia nórdica.
Em 1911, ingressou na Universidade de Oxford para estudar Língua e Literatura Inglesa. Contudo, sua vida acadêmica foi interrompida pela Primeira Guerra Mundial. Tolkien serviu como oficial de comunicações no front francês, participando da Batalha do Somme em 1916, uma das mais sangrentas da guerra. O horror vivido nas trincheiras influenciaria fortemente sua obra posterior, especialmente na criação de cenários sombrios e batalhas épicas. Após contrair febre das trincheiras, foi afastado do combate e pôde retomar seus estudos.
Nos anos seguintes, trabalhou como lexicógrafo e depois como professor de anglo-saxão e literatura inglesa em Oxford. Durante as décadas de 1920 e 1930, começou a escrever histórias ambientadas em um mundo fictício chamado Terra-média, que seriam a base de sua mitologia literária. O primeiro grande fruto desse trabalho foi O Hobbit (1937), um conto de aventura infantil que fez sucesso imediato.
Durante a Segunda Guerra Mundial, Tolkien continuou seu trabalho acadêmico e literário, desenvolvendo O Senhor dos Anéis (publicado em três volumes entre 1954 e 1955), que se tornaria uma das obras mais influentes da literatura fantástica. A narrativa, ambientada na mesma Terra-média de O Hobbit, apresenta temas como amizade, coragem, poder e corrupção, refletindo tanto elementos da mitologia quanto as experiências de guerra do autor.
Tolkien também produziu outros textos fundamentais para o seu legendário universo, como O Silmarillion (publicado postumamente em 1977) e inúmeros contos e poemas. Além de escritor, foi um filólogo renomado, dedicando estudos à língua inglesa arcaica e à criação de idiomas artificiais como o quenya e o sindarin, inspirados em línguas antigas.
Ao longo da vida, Tolkien manteve amizade próxima com outros escritores, como C. S. Lewis, participando do grupo literário The Inklings, que se reunia para discutir obras em progresso. Sua influência literária cresceu lentamente até a década de 1960, quando O Senhor dos Anéis foi redescoberto por leitores jovens e se tornou um fenômeno cultural.
J. R. R. Tolkien faleceu em 2 de setembro de 1973, aos 81 anos, em Bournemouth, Inglaterra, devido a uma úlcera hemorrágica e complicações pulmonares. Foi sepultado em Oxford, ao lado de sua esposa Edith Bratt, a quem dedicou grande parte de sua obra e que inspirou personagens como Lúthien.
Hoje, Tolkien é celebrado como o ‘pai da fantasia moderna’, tendo criado um universo literário de complexidade e profundidade únicas, que continua a influenciar escritores, cineastas e leitores em todo o mundo. Sua obra permanece viva através de adaptações cinematográficas, séries e estudos acadêmicos.
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Referências
- Carpenter, Humphrey. J. R. R. Tolkien: Uma Biografia. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2008.
- Tolkien, J. R. R. O Hobbit. Londres: Allen & Unwin, 1937.
- Tolkien, J. R. R. O Senhor dos Anéis. Londres: Allen & Unwin, 1954–1955.
- Wikipédia. “J. R. R. Tolkien.” Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/J._R._R._Tolkien
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