
Johann Wolfgang von Goethe nasceu em 28 de agosto de 1749, na cidade de Frankfurt am Main, no Sacro Império Romano-Germânico, em uma época marcada pelo Iluminismo e pelas transformações políticas e culturais que moldariam a Europa moderna. Filho de Johann Caspar Goethe, conselheiro imperial, e de Catharina Elisabeth Textor, recebeu uma educação ampla, com estudos de línguas, literatura, direito, artes e ciências naturais. Desde jovem demonstrou interesse pela escrita e pelas ideias filosóficas que circulavam entre os intelectuais da época.
Em 1765, mudou-se para Leipzig para estudar Direito, mas também se envolveu intensamente com o ambiente artístico e literário local. Após um período de doença, retornou a Frankfurt e, em 1770, retomou os estudos em Estrasburgo, onde entrou em contato com o movimento Sturm und Drang (‘Tempestade e Ímpeto’), que valorizava a emoção e a individualidade em oposição ao racionalismo iluminista. Nesse período, escreveu Os Sofrimentos do Jovem Werther (1774), romance epistolar que lhe deu fama internacional e se tornou um marco da literatura romântica.
Em 1775, foi convidado pelo duque Carlos Augusto para viver em Weimar, onde assumiu cargos administrativos e se envolveu na vida política e cultural do pequeno Estado. Durante sua estada em Weimar, que durou o resto da vida, Goethe produziu grande parte de sua obra, que incluiu poesia, romances, peças de teatro e escritos científicos. Foi nesse período que iniciou sua relação de amizade e colaboração com o dramaturgo Friedrich Schiller, com quem consolidou o movimento conhecido como Classicismo de Weimar.
Entre suas obras mais importantes destacam-se Fausto (publicado em duas partes: 1808 e 1832), considerado seu trabalho-prima e uma das maiores criações da literatura universal; Poesia e Verdade (1811–1833), autobiografia em quatro volumes; Viagem à Itália (1816–1817), relato de sua experiência no país que influenciou sua visão estética; e o romance Afinidades Eletivas (1809). Além da literatura, Goethe fez contribuições significativas às ciências, com estudos sobre botânica, mineralogia e teoria das cores.
Politicamente, viveu durante um período turbulento, testemunhando a Revolução Francesa (1789), as guerras napoleônicas e a reorganização política da Alemanha. Embora admirasse certos ideais de liberdade, manteve uma postura moderada e, muitas vezes, conservadora, acreditando na importância da ordem e da cultura como forças civilizadoras.
Goethe faleceu em 22 de março de 1832, em Weimar, aos 82 anos, provavelmente em decorrência de uma pneumonia. Suas últimas palavras teriam sido ‘Mais luz!’, frase que se tornou símbolo de sua busca incessante pelo conhecimento e pela beleza. Foi sepultado na cripta da família ducal de Weimar, ao lado de Schiller.
Hoje, Goethe é reconhecido como um dos maiores escritores da história, cuja obra ultrapassa fronteiras linguísticas e culturais, influenciando não apenas a literatura, mas também a filosofia, a arte e as ciências. Sua vida e produção refletem a transição entre o Iluminismo, o Romantismo e o Classicismo, tornando-o uma figura central na história cultural europeia.
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Referências
- Boyle, Nicholas. Goethe: The Poet and the Age. Oxford: Oxford University Press, 1991.
- Goethe, Johann Wolfgang von. Fausto. Weimar: Cotta, 1808–1832.
- Safranski, Rüdiger. Goethe: Vida como Obra de Arte. São Paulo: Estação Liberdade, 2010.
- Wikipédia. “Johann Wolfgang von Goethe.” Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Johann_Wolfgang_von_Goethe
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