Gabriel García Márquez nasceu em 6 de março de 1927, na pequena cidade de Aracataca, na Colômbia, durante o período conhecido como La Hegemonía Conservadora (1886-1930), caracterizado pelo domínio político do Partido Conservador e por tensões sociais que mais tarde desembocariam em conflitos armados. Filho de Gabriel Eligio García e Luisa Santiaga Márquez, foi criado principalmente pelos avós maternos, o coronel Nicolás Márquez e Tranquilina Iguarán, cujas histórias e memórias influenciaram decisivamente sua imaginação literária.

Na década de 1940, mudou-se para Bogotá para estudar Direito na Universidade Nacional da Colômbia, mas abandonou o curso para dedicar-se ao jornalismo. Trabalhou como repórter e cronista em diversos jornais e revistas, ofício que moldou seu estilo narrativo direto e observador. Nos anos 1950, viajou por países da América Latina e pela Europa, convivendo com escritores e intelectuais em um contexto político marcado pela Guerra Fria, pelas ditaduras militares e pela instabilidade na Colômbia, que vivia o período conhecido como La Violencia.

Sua carreira literária ganhou projeção internacional em 1967 com o lançamento de Cem Anos de Solidão, romance que narra a saga da família Buendía na fictícia cidade de Macondo, misturando acontecimentos históricos com elementos fantásticos. Essa obra consolidou o chamado realismo mágico, no qual o sobrenatural se integra naturalmente ao cotidiano, e tornou García Márquez uma figura central do “Boom Latino-Americano” — movimento literário que revelou ao mundo autores como Mario Vargas Llosa, Julio Cortázar e Carlos Fuentes. Entre suas outras obras de destaque estão O Outono do Patriarca (1975), Crônica de uma Morte Anunciada (1981), O Amor nos Tempos do Cólera (1985), O General em Seu Labirinto (1989) e Memória de Minhas Putas Tristes (2004).

Em 1982, recebeu o Prêmio Nobel de Literatura, reconhecido por sua habilidade em unir a realidade e a fantasia de forma magistral, refletindo a vida e os conflitos da América Latina. Além da literatura, manteve-se ativo politicamente, apoiando causas de esquerda e mantendo amizade com líderes como Fidel Castro, o que gerou críticas e polêmicas.

Nos últimos anos de vida, enfrentou problemas de saúde, incluindo câncer linfático diagnosticado em 1999 e complicações relacionadas à demência. Gabriel García Márquez morreu em 17 de abril de 2014, na Cidade do México, aos 87 anos, vítima de pneumonia, deixando um legado literário que ultrapassa fronteiras e gerações. Hoje, sua obra continua a ser lida e estudada em todo o mundo, inspirando escritores e leitores a explorar a magia e a complexidade da condição humana.

______


Referências
  • Wikipédia (pt. e en.): biografia, obras e contexto histórico (https://pt.wikipedia.org/wiki/Gabriel_Garc%C3%ADa_M%C3%A1rquez)
  • García Márquez, Gabriel. Cem Anos de Solidão. Buenos Aires: Editorial Sudamericana, 1967.
  • Bell-Villada, Gene H. Gabriel García Márquez: The Man and His Work. Chapel Hill: University of North Carolina Press, 2010.
  • Pelayo, Rubén. Gabriel García Márquez: A Critical Companion. Westport: Greenwood Press, 2001.

No responses yet

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *