
Alexandre Dumas nasceu em 24 de julho de 1802, em Villers-Cotterêts, na França, durante o período do Consulado Napoleônico (1799–1804). Filho do general Thomas-Alexandre Dumas, um herói militar de origem afro-caribenha que serviu nas campanhas revolucionárias francesas, e de Marie-Louise Labouret, Alexandre perdeu o pai aos quatro anos e cresceu em condições modestas. Desde cedo, demonstrou interesse por histórias e aventuras, mas teve educação formal limitada, compensando isso com intensa leitura e curiosidade intelectual.
Em 1823, mudou-se para Paris, onde trabalhou como escriturário no Palácio de Orléans. Nesse período, a França vivia a Restauração Monárquica (1814–1830), sob Luís XVIII e Carlos X, marcada por instabilidade política e tensões entre monarquistas e liberais. Influenciado pelas mudanças sociais e pela efervescência cultural da capital, Dumas começou a escrever peças teatrais. Sua estreia de sucesso veio com Henrique III e sua Corte (1829), que o projetou no cenário literário.
A Revolução de Julho de 1830, que derrubou Carlos X e levou Luís Filipe ao trono, ampliou a liberdade artística, e Dumas aproveitou esse momento para se dedicar à literatura de forma integral. Nas décadas seguintes, tornou-se um dos escritores mais populares do mundo, publicando romances de aventura que marcaram gerações. Entre suas obras mais conhecidas estão Os Três Mosqueteiros (1844), Vinte Anos Depois (1845), O Visconde de Bragelonne (1847–1850) e O Conde de Monte Cristo (1844–1846). Essas narrativas, publicadas inicialmente em folhetins nos jornais, combinavam ação, intriga política e profundidade emocional, conquistando leitores de todas as classes.
Dumas também se envolveu em empreendimentos ambiciosos, como a construção do Castelo de Monte-Cristo, em Port-Marly, e o financiamento de companhias teatrais, mas sua vida foi marcada por gastos excessivos e dificuldades financeiras. Apesar de sua fama, enfrentou preconceito por sua origem mestiça e por ser considerado um autor ‘popular’ em contraste com a literatura mais elitizada de seu tempo.
Durante a década de 1850, viajou amplamente pela Europa e pelo Oriente Médio, registrando suas experiências em livros de memórias e relatos de viagem. Com a queda de Luís Napoleão Bonaparte e o início da Terceira República em 1870, a França atravessava novas crises políticas, mas Dumas já se encontrava debilitado.
Alexandre Dumas faleceu em 5 de dezembro de 1870, em Puys, perto de Dieppe, na Normandia, aos 68 anos, vítima de um acidente vascular cerebral. Sua morte ocorreu pouco antes do fim da Guerra Franco-Prussiana (1870–1871). Foi sepultado no local, mas em 2002 seus restos mortais foram transferidos para o Panteão de Paris, em homenagem nacional, reconhecendo-o como um dos maiores nomes da literatura francesa.
Hoje, Dumas é lembrado não apenas por suas histórias emocionantes, mas também por sua capacidade de unir rigor histórico, imaginação e crítica social. Sua obra permanece viva através de adaptações para cinema, teatro e televisão, mantendo-o como um ícone da literatura mundial.
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Referências
- Maurois, André. Les Trois Dumas. Paris: Hachette, 1957.
- Dumas, Alexandre. Os Três Mosqueteiros. Paris: Baudry, 1844.
- Dumas, Alexandre. O Conde de Monte Cristo. Paris: Pétion, 1844–1846.
- Wikipédia. “Alexandre Dumas.” Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Alexandre_Dumas
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