O Romantismo foi um movimento artístico, literário e cultural que se desenvolveu na Europa entre o final do século XVIII e a segunda metade do século XIX. Surgiu como reação ao racionalismo e ao equilíbrio do Neoclassicismo, valorizando a emoção, a imaginação e a liberdade criativa. Seu marco inicial na literatura europeia é geralmente associado à publicação do prefácio da obra Lyrical Ballads (1798), de William Wordsworth e Samuel Taylor Coleridge, que defendia uma poesia mais próxima da linguagem popular…

O contexto histórico do Romantismo está ligado a grandes transformações políticas e sociais. A Revolução Francesa (1789) espalhou ideias de liberdade, igualdade e fraternidade; a Revolução Industrial modificou a economia e a vida nas cidades; e os movimentos nacionalistas fortaleceram identidades culturais em vários países. Essas mudanças criaram um ambiente propício para uma literatura que exaltava o indivíduo, a natureza, o amor e a pátria.

Na literatura, o Romantismo apresentou características marcantes como a valorização do subjetivismo, a idealização do amor, o culto à natureza, o nacionalismo e a exaltação de heróis e lendas locais. A forma e o estilo tornaram-se mais livres, abandonando as rígidas regras clássicas.

Em Portugal, o movimento teve início oficialmente em 1825 com a publicação de Camões, de Almeida Garrett, obra que combinava exaltação patriótica e emoção pessoal. Garrett, junto de Alexandre Herculano, foi um dos principais nomes da primeira geração romântica, marcada pelo nacionalismo e pelo resgate da história medieval. A segunda geração, mais sentimental e melancólica, teve como destaque Camilo Castelo Branco, autor de Amor de Perdição (1862). Já a terceira geração, de caráter social, foi representada …

No Brasil, o Romantismo começou em 1836, com a publicação de Suspiros Poéticos e Saudades, de Gonçalves de Magalhães. A primeira geração brasileira foi nacionalista e indianista, com Gonçalves Dias como figura central. A segunda geração, conhecida como ultrarromântica, destacou-se pelo sentimentalismo e pela temática da morte, com autores como Álvares de Azevedo. A terceira geração, também chamada condoreira, abordou questões sociais e políticas, sendo representada por Castro Alves, o “poeta dos escravos”…

O Romantismo perdeu força na segunda metade do século XIX, quando o Realismo e o Naturalismo passaram a dominar o cenário literário. No entanto, seu legado permanece na valorização da liberdade artística e na influência sobre estilos literários posteriores.

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Referências

• CANDIDO, Antonio. Formação da Literatura Brasileira. Rio de Janeiro: Ouro sobre Azul, 2006.
• MOISÉS, Massaud. A Literatura Portuguesa através dos Textos. São Paulo: Cultrix, 1996.
• GARRETT, Almeida. Camões. Lisboa: Imprensa Nacional, 1825.
• MAGALHÃES, Gonçalves de. Suspiros Poéticos e Saudades. Paris: Seignot, 1836.