Ernest Miller Hemingway nasceu em 21 de julho de 1899, em Oak Park, Illinois, Estados Unidos, durante a chamada Era Progressista (1890-1920), marcada por reformas sociais, expansão industrial e crescente influência norte-americana no cenário internacional. Filho de Clarence Edmonds Hemingway, médico, e Grace Hall Hemingway, musicista, cresceu em um lar de classe média, aprendendo desde cedo a caçar e pescar, experiências que mais tarde influenciariam profundamente sua obra literária. Após concluir o ensino médio em 1917, recusou-se a ir para a universidade e iniciou a carreira como repórter no Kansas City Star, onde aprendeu um estilo jornalístico direto e objetivo, que marcaria sua prosa.

Durante a Primeira Guerra Mundial (1914-1918), tentou alistar-se no exército, mas foi rejeitado por problemas de visão. Em 1918, juntou-se como motorista de ambulância da Cruz Vermelha na Itália, onde foi gravemente ferido por estilhaços de morteiro. A experiência de guerra, combinada com seu romance com a enfermeira Agnes von Kurowsky, inspirou Adeus às Armas (1929), um de seus romances mais conhecidos.

Na década de 1920, viveu em Paris, integrando o círculo de escritores e artistas expatriados conhecido como “Geração Perdida”, que incluía F. Scott Fitzgerald, Gertrude Stein e Ezra Pound. Nesse período, publicou O Sol Também se Levanta (1926), romance que retrata a desilusão pós-guerra e a vida boêmia na Europa. Outras obras importantes dessa fase incluem As Neves do Kilimanjaro (1936) e Ter e Não Ter (1937).

Hemingway cobriu diversos conflitos como correspondente de guerra, incluindo a Guerra Civil Espanhola (1936-1939), que inspirou Por Quem os Sinos Dobram (1940), e a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), onde participou do desembarque na Normandia e da libertação de Paris. Após a guerra, mudou-se para Cuba, onde viveu por quase 20 anos e escreveu sua obra mais célebre, O Velho e o Mar (1952), que lhe rendeu o Prêmio Pulitzer em 1953 e contribuiu para que recebesse o Prêmio Nobel de Literatura em 1954.

Apesar do sucesso literário, Hemingway enfrentou sérios problemas de saúde física e mental. Sofreu diversos acidentes, incluindo dois graves acidentes aéreos em 1954, e lutou contra a depressão, alcoolismo e sintomas de transtorno bipolar. Em 2 de julho de 1961, em sua casa em Ketchum, Idaho, morreu por suicídio com um tiro de espingarda, aos 61 anos. Sua morte chocou o mundo literário e reforçou a imagem de um homem intenso, cuja vida e obra se confundiam.

Hoje, Ernest Hemingway é lembrado como um dos maiores escritores do século XX, mestre do estilo conciso e direto, e criador de narrativas que exploram coragem, perda, amor e o sentido da vida. Sua influência permanece viva, inspirando escritores e cineastas em todo o mundo.

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Referências
  • Wikipédia (pt. e en.): biografia, obras e contexto histórico (https://pt.wikipedia.org/wiki/Ernest_Hemingway)
  • Hemingway, Ernest. O Velho e o Mar. Nova York: Charles Scribner’s Sons, 1952.
  • Baker, Carlos. Ernest Hemingway: A Life Story. Nova York: Charles Scribner’s Sons, 1969.
  • Reynolds, Michael. Hemingway: The Final Years. Nova York: W.W. Norton & Company, 1999.

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