
Albert Camus nasceu em 7 de novembro de 1913, na cidade de Mondovi, na Argélia Francesa, então colônia da França. Filho de Lucien Camus, um trabalhador agrícola que morreu na Primeira Guerra Mundial em 1914, e de Catherine Sintès, uma mulher de origem espanhola que trabalhava como doméstica, Camus cresceu em um ambiente humilde no bairro operário de Belcourt, em Argel. Sua infância foi marcada por dificuldades financeiras e pela convivência com a diversidade cultural da Argélia colonial, onde árabes, europeus e judeus viviam sob tensões sociais e políticas.
Estudioso e apaixonado por filosofia e literatura, ingressou na Universidade de Argel para estudar filosofia. Contudo, uma tuberculose diagnosticada em 1930 interrompeu temporariamente seus estudos e o afastou de esportes que amava, como o futebol. Mesmo assim, iniciou sua carreira literária e jornalística, escrevendo para periódicos locais e já se posicionando contra as injustiças sociais e o colonialismo francês.
Durante a Segunda Guerra Mundial (1939–1945), Camus viveu na França ocupada pelos nazistas e trabalhou no jornal clandestino Combat, ligado à Resistência Francesa. Esse período moldou seu pensamento humanista e seu engajamento político. Em 1942, publicou O Estrangeiro, romance que se tornaria sua obra mais famosa, narrando a história de Meursault, um homem aparentemente indiferente à moral e às convenções sociais. No mesmo ano, lançou o ensaio filosófico O Mito de Sísifo, no qual expôs sua visão do absurdo da existência e a necessidade de encontrar sentido mesmo em um mundo sem respostas definitivas.
Na década de 1940 e 1950, publicou outras obras de destaque, como A Peste (1947), alegoria sobre a resistência humana diante da opressão; O Homem Revoltado (1951), uma reflexão filosófica sobre a rebeldia e os limites da revolução; e A Queda (1956), romance introspectivo sobre culpa e julgamento. Camus manteve relações intelectuais próximas, mas por vezes conflituosas, com outros pensadores como Jean-Paul Sartre, divergindo principalmente sobre o comunismo e o papel da violência política.
Em 1957, recebeu o Prêmio Nobel de Literatura “por sua importante produção literária, que ilumina com clareza os problemas da consciência humana em nosso tempo”. Apesar do reconhecimento, Camus mantinha uma vida discreta, dividindo-se entre a escrita, o teatro e sua família.
Albert Camus faleceu tragicamente em 4 de janeiro de 1960, aos 46 anos, em um acidente de carro próximo a Sens, na França. No automóvel, foram encontrados manuscritos inacabados de sua obra O Primeiro Homem, romance autobiográfico publicado postumamente.
Hoje, Camus é lembrado como um dos grandes escritores e filósofos do século XX, cuja reflexão sobre o absurdo, a liberdade e a responsabilidade individual permanece atual, inspirando leitores e pensadores no mundo inteiro.
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Referências
- Camus, Albert. O Estrangeiro. Paris: Gallimard, 1942.
- Camus, Albert. O Mito de Sísifo. Paris: Gallimard, 1942.
- Camus, Albert. A Peste. Paris: Gallimard, 1947.
- Wikipédia. “Albert Camus.” Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Albert_Camus
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